terça-feira, 3 de junho de 2008

Erotomania

Ah, meu amor, tudo eram flores...!
Você não ouvia minhas palavras afáveis, nem ao menos meus reclames. Alegava deficiência auditiva.
A atenção que me davas parecia então substituir aquela surdez.
Te conhecia inteiro.
Linhas das mãos, tempo que não ia ao cabelereiro, de tudo sabia.
Doce, muito doce!
Suave, educado, a pessoa que todas procuravam, e que eu encontrei, meio que perdido por entre meu quarto escuro.
Namorado meu, amante!
Delírio só.
Febres alucinatórias de amor. Problemas de amor.
Alucinações!
Casal de um só, em um sentimento violento de dois.
Vomitava lembranças que não aconteceram, ouvindo compulsivamente músicas que cantavam uma história que ninguém viveu, você só cantou aquelas frases de nossa minha história, e achava aquilo tão estranho.
A esta altura, não sei por onde anda minha lucidez.
Sei que não somos nós. Sei que és somente tu, mas o quão as regras gramaticais deixam os corpos frios, distantes. O quanto a lógica é insensível.
O delírio nos aproxima, sempre!
Oh, meu amor, tudo poderia ter sido flores!

2 comentários:

Anônimo disse...

que lindo...
E é verdade, as coisas poderiam ser só, apenas flores...

Passa na Maçã e dê uma mordidinha...

Você não vai se arrepender...

http://macacomlimao.blogspot.com

Nastássia Fillipóvna disse...

Sobre a erotomania no blog: www.solteirasfc.blogspot.com