quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sem querer aqui estou...

Minha gente como têm belos textos neste blog.

Saudades!!!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Saudações


O silêncio...

Há muito ele incomodava.

De repente, uma porta se abre. O lugar se enche de luz e vida.

O som entra pelo recinto.

Vamos voltar a falar... Dizer o que se sente.

Os literatas dá as "boas vindas" aos novos, e um "estamos com saudades" aos antigos.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Encontro

Às vezes, tudo que se precisa é de um motivo, um olhar, um sorriso, um toque...

E nasce, então, um sentido, um sentimento, uma vontade.

E já se quer estar perto, junto e presente.

Quer-se ser presente, consolo, abrigo...

Assim, fez-se encontro, faz-se presença, traz-se a proteção.

E você percebe que construiu um lar para abrigar o que começou como um nada e num instante, transformou-se no tudo que sempre se quis.

Você compreende, portanto, que já está completo e que já se reconhece como si mesmo, como únicos!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Carlos de Thalisson T. Vasconcelos

[Feitas por elas mesmas]

I

Às vezes acredito desconhecer a saudade
Não a encontro quando estou indiferente à vida
É tudo culpa da angústia que me reparte
Em formato de vazio ou imponente anestesia

Deixo ir solitária a felicidade pálida dos acasos
Juro: alguns segundos e ela some pusilânime
Firo-me por ânsia consciente com o passado
Se a minha dor tivesse corpo, exalaria sangue

Nem melhor nem pior do que o diabo
Como ser humano busco algo superior
Nessa estrada a cada dia eu me acabo
Tropeço nas fraquezas do bobo que eu sou

II

Eis o breve surgir entre os vícios humanos
Paixões profundas naufragando em prazeres
Nesse mar, a areia sobe e desce e fede tanto
Que só sobrevivem os mais estúpidos seres

No meio invisível, as cores dão lugar ao nada
Tudo se confunde, se aproxima e se perde
Fantasia encontra sonho, grita e se afasta
Uma imagem é vendida, outra se esquece

Os amantes desvairados chegam ao êxtase
Descobertos por si mesmos, cometem suicídio
Escravizados pelos seus própros interesses
Reconhecem - a nossa liberdade exige sacrifício

III

Escrever, desenhar, pintar e tornar eterno
O que se sente por qualquer sentido
Primavera, verão, outono e inverno
Fazer da arte o nosso abrigo

O porquê, o senão, o verbo
Eles se adaptam à sensibilidade
Sejamos de espontâneo léxico
Reinventemos tons e imagens

A arte é um sonho livre
Feita para qualquer ser humano
Que pelo menos acredite
Num existir com encanto

IV

Agora escolho a empatia sincera
Hei de ser feliz enfim
Mesmo frágil, creio que ela
Ah, Trata melhor a mim

Por muito tempo quis a dor
Fiz do sofrer um hábito
Criei aversão à palavra amor
Ah, andei tão trágico

Não sei quem sou
Se soubesse, seria entendiante
Desconheci o meu avô
Ah, queria ser comediante

V


Suma, senhora Guerra
Surja, senhora Paz
Quem odeia aquela
Vive sempre mais

Juventude, que tragédia
Geração, oh sonhadora
Uma virtude bela
Maltratada vira zorra

Guerreiros, libertem-se
Lutem pelo todo
Companheiros já crescem
Adeus, ódio oco

I

Descobri que paixões são uma bagatela
Que a vida, idosa e banguela
Trata de findar com o tempo

Percebi que ilusões são contratos
Que se criam de bons atos
Como seguir o passo do vento

Enfim perdi tudo o que queria
Tristeza, saudade e alegria
Deixa estar, eu só lamento

1. Bagatela = Coisa de pouco valor.

II

Sou menino fraco de alma
Sonhador preciso ser
Coração, peço-lhe calma
Se matar-me, irá morrer

Importe-se, por favor
Fazem poesias ao seu existir
Não se enfeite tanto de dor
Bata bem forte a quem vier aqui

Seja meu amigo, ô insuficiente
Prometo contigo agir menos tolo
Dê paz ao que tenho inconsciente
Ouvirei seu grito e lhe trarei consolo

III

Deixar a música falar à minha audição interior
Sem a pretensão de reconhecer nenhum criador
Além do universo?
Sim, senhor.
Esperar os tons agudos para recordar maravilhas
E os tons graves para reabrir as feridas
Do meu espírito?
Sim, senhor.
Oscilar enlouquecidamente entre harmonias
Até parecer que todas são contínuas
E complementares?
Sim, senhor.
Amém.

IV

Talvez a minha imaginação pusilânime se condene
As luzes dentro da alcova à noite eu as prefiro apagadas
Quanto ao meu corpo varonil, ele nunca mente
As imperfeições escritas falam em folhas já queimadas

Dispenso qualquer apanágio divino por agora
Amaldiçoadas sejam as conjecturas
Em cima do céu não se ouvem sinos ou histórias
Na minha mente prevalecem coisas impuras

Prosaico eu nunca serei
Disso todo o mundo tenha certeza
Recuso título de escravo e de rei
Das buscas existenciais persigo a natureza

1. Pusilânime = Covarde.
2. Alcova = Quarto de dormir.
3. Varonil = Másculo.
4. Apanágio = Privilégio.
5. Prosaico = Vulgar.

V

Estouvados sentidos os levam a armadilhas
Irracionais feridos para selvagens cantigas
Infeliz quinhão que decide quantas vidas
Permanecem intactas ou são perdidas

Caça-se por diversão, avareza e mérito
Muito sangue numa guerra unilateral
Os maiores culpados comandam exércitos
Escondidos em títulos de caráter excepcional

Heróis desmascarados perdem seus poderes
Enquanto atônitos jovens os enojam
Em compêndios a inocência foge deles
Tão bandidos quanto os outros se mostram

1. Estouvados = Imprudentes.
2. Quinhão = Destino.
3. Compêndios = Livros didáticos.
4. Atônitos = Pasmados.

VI

Os meus sentimentos devem chegar ao paroxismo sincero
É o que sempre eu juro, busco e espero
Um efeito salutar mesmo que fatalmente incompleto
Sem abono de coisa alguma, construir-se-á o belo

Escreverei uma última epístola
No final estará dito
Sou ser humano, oh vida
Eterno, único e infinito

Ponto, afinal,
nunca é final,
mesmo final,
ponto final?

1. Paroxismo = Mais elevado grau.
2. Salutar = Que faz bem ao espírito e ao coração.
3. Abono = Garantia.
4. Epístola = Carta.

VII

Deus, manda a esperança me visitar quando eu estiver acordado
Ela deverá transformar a minha angústia em outro estado
Porque senão irei virar pedaços, nada mais que pedaços

quinta-feira, 8 de abril de 2010

O cair da noite.

Escurecia lá fora. Os últimos raios de sol se escondiam no horizonte. Aos poucos a luz ia deixando o mundo. Eu podia ouvir os sons do dia morrendo, como o final de uma música antiga. Eu desliguei a TV, mas não acendi as luzes. Preenchi a pequena sala com o som do meu violão. Acordes menores, claro, era o que o momento pedia. O gelo derreteu em meu copo intocado. Só bebi seu conteúdo após o final da música.

Nessa altura outra luz se fazia presente. À luz clara e brilhante do sol somava-se fraco brilho amarelado dos postes de iluminação. Eu me aconcheguei mais no meu sofá. Os sons da rua mudavam. As buzinas dos carros iam sendo substituídas pelos resmungos desconexos de um bêbado. A fofoca das donas de casa, pelo dramalhão das televisões. Meus pensamentos vagavam por cenas do passado.

O dia chegava ao seu fim sem marcar sua presença. Apenas mais um na sucessão de dias que era minha vida. Era chegada a hora. Não houve hesitação ou medo. Nem choro ou desespero. Os vizinhos não acharam nada estranho. Os sons, já comuns e velhos conhecidos, receberam uma visita inesperada. Espalhafatosa, é verdade, mas não chegou a chamar atenção.

Um calor agradável se espalhou pelo meu corpo, lentamente, como um aquecedor velho que briga com o frio. O silêncio me envolveu logo depois, como o abraço de um velho amigo. Um leve sorriso dançou em meus lábios, quase imperceptível para qualquer observador casual. Por último, as luzes se apagaram. O horizonte enfim vencendo sua luta contra o sol.

E lá no fundo eu não sabia se já era noite, ou se a noite era eu.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Versinho vazio

Hoje escrevi um verso
Afirmando que não há mais tempo
Nem disposição de versar.

Há tanta saudade de um dia que a inspiração me envaidecia
E com alegria eu escrevia
Um verso que nada dizia.

Acho que na arte de nada dizer me mantive.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Voltando para São Paulo

Eu vou de Peruíbe
Subindo a serra num ônibus ruim
Lembrando do mar lamacento
O meu companheiro na estada aqui

Enquanto eu estive, choveu
A grama está alta e os preços, enormes
O próprio turismo está baixo
Me resta a água e os seus coliformes

Tô sentindo um frio desgraçado,
O ar condicionado não tem regulagem.
A paisagem até que é bonita,
Mas é esquisita a tal da saudade.

Mesmo sem motivo aparente,
A canalha indecente que agora me aperta
Acerta quando se decide
No ano que vem voltar pra Peruibe.

domingo, 20 de dezembro de 2009

VIAGEM PAÊBIRÚ I (ENCONTRANDO O GRITO)


Eu, esse peso urbano, avenidas e concreto nas palavras,
Durmo e engulo fumaça, e máquina, telas, e-mails.
Meus sonhos anunciam:

Você não pode perder! É a última chance! Últimas peças no estoque!
compre dois leve um! Pra fazer você feliz! Porque você merece!
Seja! Faça! Tome! Coma! Durma! Vote! Pare! Vá! venha!
Pra fazer você feliz! dois por um!

Você merece... Você merece...

Meus ouvidos se inundam
Vis trombones:

Cala a Boca!

Íntimo outdoor piscando o vermelho:

Cala a Boca!

...Sórdido letreiro!

Cala a Boca!




(...)




Mas algo me grita inteiro!

VIAGEM PAÊBIRÚ II (REENCONTRANDO O OLHAR)


O olho da dor – o gozo da rasteira?
O olho que adentra e vibra pedindo derrota?
Perdi-me de suas janelas...

As casas coloridas, as pedras, olho de irmão,
Olho poeta, que risca fogo no céu, inventa palavra,
Dança na roda, o pé bate de um lado, o mundo gira,
no passo da volta só o novo, negras, vestidos estampados

Está aceso:

Meu olho queima!

Trago:

O olho vivo.

Solto:

Minha cegueira.

O vento dilacera o fio branco da fumaça
Não há mais forma nisto tudo!

(des)for(matei) de fome!

O olho de quem?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Rascunho>>

Rascunho>>
cada dia mais saudades sinto de ti>
diante desta ausência que não me faz esquecer>
que em cada momento de todo o instante>
existe a semelhança da tua alma com a minha.>>

Que nossos pensamentos são iguais,>
como iguais são as opiniões,>
os nossos gostos e os dessabores>
iguais somos nós.>>

Iguais até na diferença>
Diferentes nas igualdades>
Igualmente distantes>
E espiritualmente próximos.>>

Não tão distantes, quanto sinto>
Pois, estamos unidos pelo mesmo sentimento:>
SAUDADE.>

usspicui