Ente da realidade sensível,
Procuro-te com meus olhos,
Ávidos e ansiosos para te encontrar.
Mas, em todo lugar,
O que vejo,
O que percebo,
O que apreendo
É apenas a ausência de ti.
Examino toda extensão do Ser,
Do ser sensível da minha realidade.
Mas, em nenhuma parte,
Eu consigo encontrar-te.
Como podes não-ser?
Se até agora a pouco eras?
Mistério que consome minh'alma.
Que sob o peso do nada, desaba.
Não consigo entender o porquê.
O porquê do ser pleno não me satisfazer.
O porquê do não-ser ser
Fonte de Melancolia,
Causa de Temor,
Motivo de Angústia.
Mas, o ente está aqui!
Está aí!
Está por aqui!
Mesmo eternamente sendo,
Em breve, desvanecerá como fumaça.
E tudo quando vou ver.
É a ausência de ti!
E mais um pouco, ausência de mim.
De um Mim que sempre foge,
Que escapa de mim.
Oh, que dialética cruel e generosa da vida!
Marca perene da existência,
Paradoxo absurdo que mistura
A dor e o gozo, o pesar e o prazer,
Na unidade sintética de meu ser.
Johannes Absente, 8 de Julho de 2009.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
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3 comentários:
Sempre tão filosófico, my dear! :)
Esta ausência é mto difícil de explicar em palavras; senti-la, às vezes, é mais concreto...
Mto bom o texto!
Beijos
Desde que foi postado este texto tento expressar com palavras o impacto que ele me causou. Tentava de forma magnânima dizer o quanto primorosamente ele consegue traduz aquilo que de forma estranha sentimos: saudade do que não está.
Sem dúvidas, este texto é a real transcrição da sensibilidade.
Beijos!
Faz parte do ciclo.
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