quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

versinho acanhado...

Caiu um versinho do meu olho, escorregou na face e chegou fácil à boca. Caiu um versinho do meu olho, desceu recortado, sílaba por sílaba pelas cascatas na boca. Podia Falar... Jogar ao vento a semente-verso para cultivar uma horta caseira nos ouvidos de quem quisesse ouvir. Mas era versinho vergonhoso, se agarrou à língua, nadou contra a saliva, e desceu tímido ao estômago, útero e túmulo dos versinhos e dos amores.

2 comentários:

Anônimo disse...

Mtas vezes vemos coisas q nos chocam, e qnd elas saem da visão e tentam caminhar para a liberdade, para finalmente serem exprassadas nós a engolimos, então elas seguem todo o seu rumo internamente e morrem conosco.
Não se sabe o q poderiam expor, pois já está morta!

Texto belíssimo!
Gostei da msg, pude compreender um "Q" da repressão a qual nós msms nos submetemos!

Parabéns

Sophia disse...

Versinhos arrebatadores. Acanhado? Nem o poeta!!!
Fui capaz de visualizar a disseminação dos versos que são nada menos que TUDO que expressamos a partir do que vemos, digerimos, ruminando e para serem versos, serem ventos, serem sementes, são vomitados...