domingo, 20 de dezembro de 2009
VIAGEM PAÊBIRÚ I (ENCONTRANDO O GRITO)
Eu, esse peso urbano, avenidas e concreto nas palavras,
Durmo e engulo fumaça, e máquina, telas, e-mails.
Meus sonhos anunciam:
Você não pode perder! É a última chance! Últimas peças no estoque!
compre dois leve um! Pra fazer você feliz! Porque você merece!
Seja! Faça! Tome! Coma! Durma! Vote! Pare! Vá! venha!
Pra fazer você feliz! dois por um!
Você merece... Você merece...
Meus ouvidos se inundam
Vis trombones:
Cala a Boca!
Íntimo outdoor piscando o vermelho:
Cala a Boca!
...Sórdido letreiro!
Cala a Boca!
(...)
Mas algo me grita inteiro!
VIAGEM PAÊBIRÚ II (REENCONTRANDO O OLHAR)
O olho da dor – o gozo da rasteira?
O olho que adentra e vibra pedindo derrota?
Perdi-me de suas janelas...
As casas coloridas, as pedras, olho de irmão,
Olho poeta, que risca fogo no céu, inventa palavra,
Dança na roda, o pé bate de um lado, o mundo gira,
no passo da volta só o novo, negras, vestidos estampados
Está aceso:
Meu olho queima!
Trago:
O olho vivo.
Solto:
Minha cegueira.
O vento dilacera o fio branco da fumaça
Não há mais forma nisto tudo!
(des)for(matei) de fome!
O olho de quem?
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