domingo, 20 de dezembro de 2009

VIAGEM PAÊBIRÚ II (REENCONTRANDO O OLHAR)


O olho da dor – o gozo da rasteira?
O olho que adentra e vibra pedindo derrota?
Perdi-me de suas janelas...

As casas coloridas, as pedras, olho de irmão,
Olho poeta, que risca fogo no céu, inventa palavra,
Dança na roda, o pé bate de um lado, o mundo gira,
no passo da volta só o novo, negras, vestidos estampados

Está aceso:

Meu olho queima!

Trago:

O olho vivo.

Solto:

Minha cegueira.

O vento dilacera o fio branco da fumaça
Não há mais forma nisto tudo!

(des)for(matei) de fome!

O olho de quem?

Um comentário:

Magnólia Ramos disse...

Noossa!

Que imagem forte, tão forte quanto o texto.

Um olho que incomoda, queima, ainda vivo, para em seguida trazer apenas escuridão, o olho cego.


Ótimo!