domingo, 25 de janeiro de 2009

Espelho Mágico da Reflexão

(Composição poética à amada Consciência Tética*)

Contemplo este espelho mágico
Que se põe diante de mim
Como sombra que me acompanha
E que somente descansa
Nas trevas mais escuras d'alma,
Onde o Nada que sou reina absoluto!

Mas no brilho d'alma translúcida,
Captura de modo incessante,
Em todo eterno instante
Cada movimento do que sou
De minha inessência original
Hipostasiando todos fragmentos,
Que se desfragmentam em reflexos,
Formando um substrato, nem bom, nem mau,
Que apenas obedecem seus nexos.

De forma ilogicamente lógica
Numa constante dança dialética
Vai operando uma síntese ontológica,
Sempre, da sobra do que restou
Da subtração do nada que sou
Mas, sobras de onde sempre estou.

Eis a magia deste espelho
Engana-me fazendo pensar
Que se penso, então logo existo
Mas, nem por isto subsisto
Pois cada imagem refletida, escolhida
Vai a cada instante ganhando vida
E viva! Faustiva! Cada imagem me diz,
Com voz leve e silenciosa:
Ich bin nicht Sie! Sie sein nicht ich!**

Alienus, constantemente para si!

*Consciência Tética é a consciência que coloca diante de si mesma a consciência que tem do mundo, que envolve a própria consciência de si.
**Tradução do alemão: Eu não sou você! Você não é eu!

5 comentários:

Alyne Rubio disse...

Querido Johannes, sua poesia é fantástica, continue produzindo e sempre que possível mostre á mim. Um beijo, Alyne.

Alyne Rubio disse...

Querido Johannes, sua poesia é fantástica, continue produzindo e me mostrando! Um beijo, Alyne.

Lunnäe Psï disse...

E diante do mostrado, o q somos qnd estamos diante do espelho, temos as mesmas bases q o nosso reflexo nos mostra? Somos mais? Somos menos?
Poderíamos apenas ñ ser... Pois estaríamos em desvantagens se fóssemos mais, pois essa mesma imagem, ñ tem as dores q a realidade nos assola, assim como estaríamos em desvantagem se fóssemos menos, pois deixaríamos nossas posições anteriormente vistas e ocuparíamos o outro lado, seriamos imagens do q somos... Imagens do q sentimos, porém imagens q ñ sentem!
Nisso, melhor ñ ser a imagem q refletimos!

Perdoe-me pelas divagações!

Texto brilhante!

Constantin Constantius disse...

Lunnäe,

Muito obrigado! Pela tua aparência, bela aparência, deve ser a irmã da Sophia, querida pessoa que conheci na net! :)

Sobre o teu comentário, muito interessante a tua análise comparativa... não tinha pensado por este lado...

Neste texto meu o espelho é a nossa própria auto-consicência, ou seja, a consciência de que estamos conscientes... A consciência de nosso próprio eu. E neste sentido, nos tornamos objetos de nossa própria reflexão... E este eu que percebemos quase que de modo imediato é um algo que está fora da própria consciência, que somos nós...

De fato, quando sentimos dor, propriamente dito, não nos vemos como sentindo dor... pois estamos conscientes da dor e não da consciência de que sentimos dor. São duas coisas que se pode distinguir...

Assim, é quando não estamos nos vendo no espelho que somos nós, rsss!

Espero não estar complicando as coisas...

Obrigado pelo comentário!

Beijos!

Sophia disse...

O que comentar após a explanação de Lunnäe Psï? O que comentar diante das explicações do autor?

O texto é simplesmente perfeito!
Traz a impecável demonstração de que nem sempre estamos conscientes da nossa consciência “Eis a magia deste espelho”...

Ao amigo filósofo e grande poeta: minhas boas vindas!